Arte e Educação desde 1976

Sobre nós

A origem remonta a 1976. Primeiro como grupo informal, rapidamente profissionalizado como Cooperativa (1979) e, desde 1996, como Associação Cultural. O núcleo da atividade sempre foi o Teatro, sobretudo para o jovem público. Tentando ‘dar a ver – fazer pensar’, desenvolveu-se com a crença no teatro como um meio de intervenção social. Desde o início até aos dias de hoje, mantém-se uma preocupação de índole comunitária. Podemos falar em Ciclos de Vida.

1976 - Tateamento experimental - Um grupo de universitários, unidos pelo trabalho com crianças de bairros degradados(Urmeira, Paiã; Bairro de Santa Maria; Alto dos Moínhos, Furnas, Palma de Baixo, Mouraria), decide dar forma a um “grupo de teatro” para dar às crianças uma nova visão do Mundo. Pelo estudo das técnicas de teatro popular (Boal) começam a pesquisa de novas linguagens. 

O primeiro espectáculo de rutura, bebe ainda de fontes mais diversas – Grotovski, Living Theatre. Um seminário com o Teatro O Bando

e uma Jornada de Reflexão, alteram o curso dos acontecimentos. O grupo participa na criação da UPAJE, dinamiza equipas de rua, percorre o país. Depois habita, em Marvila, num espaço comum ao Teatro O Bando e ao GIM (com Clara Pinto Correia).  Desenvolve,

à data, o conceito de Teatro de Animação.  Mais tarde, habita vários espaços: ex-FAPIR (Rua Alexandre Herculano), com espetáculos, cursos e animação; participa no projecto Culturona, (em S. Bento, ao lado da Era Nova, com Luigi Abondanza, João Grosso e Elsa Galvão, entre muitos outros). Sempre comprometido com o fim social do Teatro. Passa também pelo Teatro do Nosso Tempo (Praça

José Fontana) e pelo Teatro da Graça (com Carlos Fernando e Dalton Salem Asseff). Dá início a uma Estratégia de Comunicação moderna.1983 - Criar Raízes - A convite da J. Freguesia de S. Domingos de Benfica (Aníbal Afonso) ocupa o inativo Salão das Furnas (Rua Raúl Carapinha), onde constrói uma sala, transformando um pátio com a ajuda dos Companheiros Construtores (Coimbra) e lança

a Oficina de Artes, com o apoio da FC Gulbenkian (Dra Natália Pais). Em 1983 (ministro Lucas Pires) recebe o seu primeiro apoio do Ministério da Cultura. É um tempo profícuo com trabalhos para televisão ou cinema. Participa ativamente no CPTIJ - Centro Português

de Teatro para a Infância e a Juventude (no 5º Encontro que reuniu 23 países, em Lisboa, detinha a Presidência da associação, filiada na ASSITEJ). A equipa ganhava novos membros de qualidade (p. ex. a ilustradora Danuta Wojciechowska).

Anos idos

'Á moda da minha avó' no espaço

da Junta de Freguesiia de Carnide

lá para 1987.

Em 1987, depois de uma passagem breve por Carnide, com o apoio solidário da sua J. Freguesia (presidente Maria Vilar), o grupo

muda-se para as atuais instalações. Obtém o apoio da J. Freguesia de Benfica (presidente Fernando Saraiva).

Funda a Sala-Estúdio e utiliza também o Auditório Carlos Paredes.

1995 - De olhos postos no Mundo - É dada forma á criação de uma Associação. Nesta fase, realiza Cursos de Animadores pela Arte e de Formação de Atores, implementando processos novos com professores como: Maria João Serrão, Madalena Vitorino, Mário Barradas, Glória de Matos, Eugénia Vasques, Rogério de Carvalho… Realiza também Formação de Atores para a CM de Oeiras.

Entre 1993 e 1997, esteve no Teatro da Trindade, nomeadamente com a iniciativa Portas Abertas, tendo apresentado espetáculos na Sala-Estúdio (A Pena Mágica, Sinhá Dendém e Mainato Manu) na Sala Principal (Sherazade, As tentações de Frei Paço ou

a Comédia da Revisitação do Teatro, Cismeninha e Inês Pereira, Elegia da Santa Guerra, a partir de um mote do senhor Gil Vicente).

2001 - Saudades do Futuro - São criados os Ciclos Teatrais que se mantêm ainda hoje: da Tradição Oral; do Imaginário Social;

do Absurdo Quotidiano. São explorados novos conceitos para manter o Teatro para o Jovem Público como um espaço inovador, fortemente social.

2009 - A Magia de um Murmúrio - A rota persegue a Poesia, a Pedagogia da Liberdade (numa aceção brechtiana); a revitalização

e o vincar do trabalho do Ator como cerne da criação teatral. Os níveis de ação atuais são estáveis e elevados (produções; consolidação de públicos; lançamento de novas propostas). São concretizados também projetos temáticos de média duração, acolhendo novas gerações, tendo formado e continuando a formar gentes de todas as idades. Com saudades do Futuro.

2024 – Iniciamos o Ciclo da Pedagogia da Liberdade – a vontade inequívoca que retorna à origem do Sonho e ruma à Utopia.

Apostar nas novas gerações com o projeto Teatrola. Desenvolver espetáculos sedutores da Liberdade e da necessidade de transformar

o Destino. Centrados numa ideia Comunitária que continua em busca da qualidade, da comunicação e do diálogo. Num Mundo deslumbrado pelo feérico e as aparências, continuamos a teimar na verdade do Ser Humano e do Teatro como Lugar de Encontro.

 

'O Pescador e a Serreia', em 2006, no Auditório Carlos Paredes.